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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) comunica o falecimento do desembargador convocado Carlos Fernando Mathias, na noite dessa quarta-feira (8), em Brasília. Ele tinha 85 anos e passava por tratamento contra um câncer. O&160;velório acontece a partir das 14h30, na Capela 10 do Cemitério Campo da Esperança, em Brasília,&160;e o sepultamento será às 16h30.

Mathias nasceu no Rio de Janeiro e teve longa carreira em diversos órgãos do Judiciário e na academia. Ele deixa esposa, duas filhas e um neto.​​​​​​​​​

O desembargador federal Carlos Fernando Mathias atuou no STJ entre 2007 e 2009.
Carlos Fernando Mathias foi desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região&160;(TRF1) de 1995 a 2009, data de sua aposentadoria. No final de sua carreira como magistrado, atuou como desembargador convocado no STJ – foi o primeiro a desempenhar esta função no Tribunal da Cidadania.

Entre 2007 e 2009, atuou nos colegiados das três Seções do STJ. Inicialmente, fez parte da Sexta Turma e da Terceira Seção; depois integrou a Segunda Turma e a Primeira Seção, e, por último, encerrou sua passagem no&160;tribunal na Quarta Turma e na Segunda Seção.

A presidente do STJ, ministra Maria Thereza de Assis Moura, destacou o carinho que todos tinham por Carlos Mathias. "Eu convivi com o Mathias nas sessões de julgamento da Sexta Turma e nos diversos eventos organizados por ele. Além de muito querido por todos, ele foi uma referência em temas importantes para o Judiciário, um legado que se multiplica nas centenas de alunos que puderam compartilhar do seu conhecimento. É sem dúvida uma perda inestimável para o mundo jurídico", afirmou.

A passagem pelo STJ foi o ápice de uma longa carreira jurídica, com início na década de 1960. Carlos Mathias foi graduado em ciências sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e em direito pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, atual UFRJ, em 1961.

Integrou o Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) e depois, indicado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), foi nomeado para o TRF1, no qual tomou posse em 17 de fevereiro de 1995.

De 2002 a 2004, foi vice-presidente do TRF1. Em meio a essas atividades, também se dedicou ao mundo acadêmico: foi professor do curso de mestrado em direito na Universidade Federal de Goiás, do curso de direito da Universidade de Brasília (UnB), e lecionou nas faculdades de Serviço Social do DF, de Educação, do Instituto de Ciências Humanas da UnB, e no Centro Universitário de Brasília (UniCEUB).

Em sua trajetória pública, Carlos Mathias atuou como procurador do Distrito Federal, tendo alcançado o posto de subprocurador-geral, com todas as promoções por merecimento. Foi também presidente do Conselho Nacional Autoral e do Conselho de Educação do Distrito Federal, além de ter ocupado diversas funções de destaque no Judiciário nacional.

A aposentadoria em 2009 não significou o fim de suas contribuições para o meio jurídico. Além da docência nas universidades, Carlos Mathias coordenou as edições do Seminário Internacional Ítalo-Ibero-Brasileiro de Estudos Jurídicos, evento de destaque no calendário dos operadores do direito. A última edição foi realizada em 2021, no STJ.

O próprio magistrado resumiu bem o sentimento da despedida. As palavras ditas por ele, em sua última sessão no STJ, expressam o sentimento da comunidade jurídica no dia de hoje: "Que bom que nós sejamos latinos, pois temos uma palavra bela para a despedida: adeus, as cinco letras que choram".

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